Pedra do Sino - Parque Nacional de Itatiaia

Mais um final de semana, o tempo mudando já por aqui mas a vontade de cumprir mais um objetivo que não tinha alcançado na última visita ao parque: Pedra do Sino, a 10· maior montanha do Brasil, com 2670m de altitude.
Dessa vez fomos num time de 5 pessoas, amigos de diversos lugares mas todo mundo afim de conhecer o belíssimo Parque Nacional. Mais uma vez, por falta de vagas no Abrigo Rebouças, nos alojamos na excelente Pousada dos Lobos ( www.pousadadoslobos.com.br )


Entrada do Parque Nacional de Itaitia - parte Alta - Posto Marcão

No sábado decidimos fazer a Travessia Couto x Prateleiras, pegamos um tempo fechadíssimo que não permitia vermos mais de 10m a frente, o que frustrou um pouco as expectativas, chegamos até a Base das Prateleiras e com o tempo mais aberto aproveitamos para conhecer a Pedra da Maçã e da Tartaruga que ficam logo ali atrás.
No domingo saímos um pouco mais cedo e partimos rumo ao objetivo da Pedra do Sino. Logo na entrada do parque recebemos a recomendação: "Vão mesmo fazer a Pedra do Sino? Conhecem a trilha?". O aviso faz sentido, mesmo a dificuldade técnica não sendo grande, a Pedra do Sino é um dos atrativos mais distante do Parque, sendo que a trilha de ida e volta tem cerca de 20km, portanto, para aqueles que não tem uma passada tão forte, fica difícil executar em um dia e com o limite das 17h para retorno.

O início dela é sem mistérios, toma-se a Estrada das Flores, parte da antiga BR e a rodovia em maior altitude do Brasil até o Abrigo Rebouças, esse é o melhor ponto para última ida ao banheiro e abastecimento com água fresca direto dos pontos mais altos do parque. A partir do Abrigo seguimos o rumo que acompanha até o Pico das Agulhas Negras, passando pela Ponte Pênsil.

Ponte Pênsil


Seguindo esse caminho, chegaremos numa bifurcação, onde uma trilha levará ao Pico das Agulhas Negras e a outra segue para Pedra do Altar e Aiuruoca, seguimos por essa segunda opção (existem placas indicativas e a trilha está bem demarcada).
Continuando por esse caminho, pouco tempo após chegaremos numa entrada para Pedra do Altar, como já era uma montanha que eu havia feito e tinha a preocupação do horário preferi deixá-la para trás e seguir rumo ao nosso objetivo, continuamos a trilha até passar por mais um ponto de controle, onde pode-se entrar para o Circuito dos 5 Lagos (usamos esse caminho para a volta).
Após esse ponto, a trilha está demarcada e é só seguir em frente, algumas partes de descida e subida até que entramos no Vale do Aiuruoca, uma paisagem digna de Terra Medieval dos Hobbits, o Rio Aiuruoca cruza conosco em alguns pontos.

 Caminhada no Vale do Aiuruoca. A frente já vemos os Ovos de Galinha e atrás a Pedra do Sino.

Andando no Vale do Aiuruoca chega-se numa placa que divide entre a Travessia da Serra Negra e Cachoeira do Aiuruoca. A partir dessa parte siga a placa da Cachoeira.
Mais a frente após as placas, passa por uma parte alagada do rio e sobe um pequeno monte. No topo dela há uma plaquinha com indicação vermelha. de frente para essa estaca, indo para a esquerda você chega na Cachoeira do Aiuruoca, para a direita você irá em direção aos Ovos de Galinhas e Pedra do Sino, em 10minutos de caminhada, você já se encontrará no local da foto acima e mais um pouco chega aos pés dos Ovos de Galinha.
Quando chega-se aos pés de galinha é o momento certo de tirar umas fotos e carregar as energias, pois o que vem pela frente é só subida, existe uma área de mato mais a frente que é um charco e é necessário atravessá-lo, aqui é bem dificil de se localizar, basta prestar atenção onde o mato está mais abaixado e aberto, atravessando essa localização você estará na base da Pedra do Sino, daqui pra frente é uma extensa subida em pedra, siga bem o GPS e os totens e na dúvida vá para frente, o cume é visivel durante todo o trajeto. A subida leva em torno de 30 minutos, mas exige bastante força nas pernas.
O cume é bem aberto e te dá uma visão limpa da região e do Pico das Agulhas negras, venta bastante aqui e a pedra parece a Lua pelas reentrancias. Chegando no cume, o livro de cume fica à esquerda, debaixo de uma pedra, para proteger do vento forte, tomamos um baile para achá-lo.

Cume da Pedra da Lua com o Agulhas Negras atrás.

Assinatura do livro de cume.

Visão panorâmica estonteante lá de cima. O livro está debaixo dessa pedra mais próxima.

Galera no cume com cara de feliz mas disfarçando o cansaço nas pernas e o vento forte. Ao fundo próximo o Agulhas Negras e mais distante o Morro do Couto.

Devido aos fortes ventos no cume decidimos descer e fazer um lanche aos pés dos ovos de galinha, local mais calmo, a descida é pelo mesmo lugar da subida e é bem confusa, tome cuidado pois existem totens que te tiram da trilha, portanto vale a pena bater o caminho via GPS se necessário. Chegando lá reabastecemos nossa energia com o nosso tradicional lanche do itatiaia. Pão Sírio acompanhado de linguiça defumada e queijo caseiro comprados na entrada na estrada para o parque e fresquinhos, rebatidos com uma cachaça artesanal.
Dalí seguimos o caminho de volta e o tempo começou a virar, como passamos pela Cachoeira do Aiuruoca, decidimos dar uma passada de leve e apreciá-la. A cachoeira estava vazia e foi a oportunidade que encontrei para descer ao poço, o que nunca havia feito. se prestarem atenção, na cabeceira da Cachoeira, do lado esquerdo existe uma pequena parte de mato aberto que conduz a uma escada natural que te leva ao poço, uma descida simples de 5minutos e você tem a visão sensacional do poço e da geladíssima cachoeira para refrescar da extenuante caminhada.



Como o tempo estava curto e o clima já estava esfriando e com cara de chuva resolvemos apressar a volta. O caminho segue o mesmo da ida até o encontro com a trilha do Circuito dos 5 lagos, porém essa volta é mais cansativa, visto os km já acumulados e por ter muito mais subida. Chegando na divisória com o Circuito dos 5 lagos optamos por utilizá-lo para chegar até o Posto da Marcão, para mudar o caminho que ja tinhamos feito na ida.
O Circuito dos 5 lagos é uma caminhada que contorna os morros e passa por alguns lagos, boa parte dele é feita em pedra e a orientação é feita por totens e estacas com ponta vermelhas posicionada. Até hoje não entendo o "5 Lagos", já que só encontramos um e a Cachoeira, parece que os outros lagos ficam mais para baixo e a trilha não passa por eles.



No final dessa trilha sobe-se um morro e descendo ele sai na lateral do posto do marcão, terminando a trilha.

A trilha é muito bonita e uma das mais legais que já fiz no parque, porém recomendo que quem a faça tenha uma noção boa de orientação, pois como o final dela não é muito utilizado, não encontra-se bem demarcado igual o restante, além de alguns totens que confundem. Além disso é uma trilha que requer uma capacidade física boa, pela distância e tempo, além da exigente subida até o cume. Porém esse esforço é muito bem pago pelo visual lá de cima e durante a trilha inteira !!!


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