Chapada dos Guimarães - Travessia do Morro de São Jerônimo + Morraria + Circuito das Cachoeiras

A Trilha mais esperada dessa viagem foi a Travessia do Morro de São Jerônimo. Nesse roteiro fizemos boa parte do Parque Nacional da Chapada dos Guimarães.  Para essa trilha é indispensável guia e nesse quesito demos muita sorte de termos um guia experiente e que nos deu diversas informações sobre a trilha, cultura, fauna e flora (deixarei o contato no final do relato.

Iniciamos a trilha pelo Portão do Véu da Noiva, lá existe a estrutura de administração do parque e é o local mais seguro para deixarmos o carro.

O começo da trilha é tranquilo, com uma descida por escadaria e ponte, passando por cima do córrego que formará a queda do Véu da Noiva. Logo após essa parte chegamos ao local conhecido como Casa de Pedra, formação muito bonita e interessante. Atentem-se ao musgo fluorescente:






Após isso segue-se por uma estrada de areia e sem cobertura por um bom tempo, até chegar numa bifurcação, nesse ponto, ou segue-se a direita para chegar no Morro de São Jerônimo ou segue-se à esquerda para a Casa do Morro (local da pernoite).

Nesse ponto subimos apenas com uma mochila de ataque com água e um lanche para comer no topo do morro, a esquerda tem uma picada pequena que leva ao Portal da Pedra Furada, muito legal para tirar uma foto (está marcada no WikiLoc).



A trilha segue um pouco íngreme com uma mata mais fechada (chamada de cerradão), depois num terreno ja com cascalho e onde começa a subida. Não é necessário equipamento nem nada demais, apenas calma para subir nos pontos corretos com pequenas escaladinhas.

Por ser um morro existe uma área grande a ser circundada e que oferece uma vista maravilhosa, que fala por si só.





Aproveitamos a vista e o espaço para nos hidratarmos e fazermos um almoço rápido com pão, salame e maçã.

Iniciamos a descida pelo mesmo caminho e chegamos novamente na bifurcação, mas dessa vez tomamos a direção da Casa do Morro, que não é longa. Acabamos andando num ritmo forte esse dia e tivemos bastante tempo livre no abrigo, o suficiente para cozinharmos, ajeitarmos o local para dormir, conversarmos muito e tomar banho. Nesse ponto construíram uma pequena coleta d'água onde é possível reabastecer e um chuveiro (Não é permitido usar shampoo, sabonete ou qualquer componente químico) para se refrescar e tirar o sal e suor do corpo.
O abrigo possui regras de convivência, como deixar lenha para a lareira para o próximo, recolher e levar todo o lixo e não deixar restos de comida. Existe um banheiro seco que também deve ter suas regras respeitadas.


 Vista do Morro de São Jerônimo a partir da Casa do Morro.

Mirante da Casa do Morro.

A estadia na Casa do Morro tem toda uma magia, logo que chegamos tomamos um banho e demos uma limpada no local, após isso pegamos os isolantes térmicos que tem no local e nos deitamos no mirante para acompanhar o pôr do Sol, e acabamos nos estendendo até estar escuro. A vista é sensacional. Voltamos ao abrigo, acendemos a lareira, preparamos o rango e comemos, conversamos mais um pouco e apagamos, o bom de dormir cedo é que acordamos mais cedo ainda e pudemos acompanhar também o nascer do Sol, privilégio para poucos !!!!



Após o desjejum, recolhemos todos os lixos, enchemos nossos cantis e voltamos a jornada. A primeira parte da trilha que fizemos é conhecida como Trilha da Morraria e serviu para conectarmos ao conhecido Circuito das Cachoeiras, porém no sentido inverso. Essa inversão foi interessante pois pudemos chegar na cachoeira mais bonita com a luz do Sol bem acima dela, além disso, como essa trilha é mais realizada (passamos toda a trilha de São Jerônimo e o primeiro dia sozinhos) dessa forma não teríamos tanta companhia nas cachoeiras. Esse dia a distância é maior até alcançar o circuito, porém não temos tantas subidas e descidas, além de grande parte ser realizada em área de cerradão.

Casa do Morro vista da Morraria com São Jerônimo ao fundo.

A primeira cachoeira que chegamos é a cachoeira 7 de Setembro (o córrego que forma as cachoeiras é conhecido como Córrego da Independência).



Após sair da Cachoeira 7 de Setembro nos dirigimos a cachoeira Sonrisal, que tem esse nome porque a queda das águas forma um efeito de efervescência. Essa cachoeira não pudemos nos banhar porque a saída do poço dela sai do lado contrário a trilha.



Passamos para a próxima e chegamos na bonita Cachoeira do Pulo.




A menos de 3 minutos de distância já nos encontramos na Cachoeira dos Degraus, onde aproveitamos para dar uns pulos também.



Muito próxima dessa está a Prainha, onde encontramos um outro grupo e acabamos fazendo um pequeno lanche nesse local também.



A cachoeira seguinte não nos banhamos, são as corredeiras conhecidas como Piscina Naturais.



Após essa passamos para a última, mais bonita e mais alta, Cachoeira das Andorinhas, onde a experiência do guia valeu e pegamos um visual bonito, com o Sol no topo da cachoeira e direito a um pequeno arco-íris perto do "spray" da cachoeira. Além disso ficamos um bom tempo debaixo da queda relaxando o corpo fatigado e recompondo as energias gastas no percurso.




Após sair das Andorinhas nos dirigimos ao final da Travessia, encontrando novamente o Véu da Noiva e dessa vez tirando algumas fotos de recompensa.



Como análise final não achei o percurso dificil, o primeiro dia é um pouco mais chato pelos sobes e desces e um pouco de escalaminhada, não exageramos no peso, levando apenas um moletom, água, saco de dormir e comida. Ao todo resultou um pouco menos de 24km pela exuberante e rica paisagem do cerrado. Infelizmente esse percurso não é muito conhecido e realizado, uma pena para todos os brasileiros perderem essa fortuna natural em solo pátrio.

Outro fator decisivo para a Travessia ser um sucesso é a contratação de um ótimo guia, em minha opinião, o Guia não serve apenas para indicar o caminho, mas também para transferir o conhecimento e cultura da região, e nesses pontos fomos assessorados de forma excelente pelo André, que a todo momento nos explicava sobre a fauna, flora, percursos e cultura da região, tornando o passeio ainda mais atraente e rico. Abaixo estou deixando o contato dele para que possam ter essa mesma experiência que nós.

Por último, o guia necessita emitir um voucher para realização da trilha, portanto façam a requisição pelo menos 72 horas antes, para que a burocracia possa ser feita.


Guia André Vitto - (065) 8147-5373


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