Salkantay Trekking - A Caminho de Machu Picchu

O motivo de toda a viagem para o Peru era essa trilha, foram as fotos, caminho e todo o desafio que nos motivos encarar os mais de 4500m de altitude, atravessar uma montanha de gelo, vislumbrar uma das mais lindas lagoas peruanas e enfim chegar a terra mágica de MachuPicchu.

Nossa maior preocupação era exatamente fazer esse trekking, por isso decidimos fechar esse "passeio" ainda no Brasil. Vale a pena explicar que existem 2 passeios principais, a Inka Trail e Salkantay, sendo a primeira mais conhecida.

Por nossa inexperiência e com medo de não conseguir tickets para Machu Picchu, preferimos pagar por aqui e já ter certeza desse passeio, porém chegando em Cusco, vimos que todas as empresas de turismo tem disponíveis esse tour e por preços bem mais módicos.

Fechamos com a empresa Brasil de Mochila, com o Marcelo, que faz todo o intercâmbio com uma empresa peruana. Nosso pacote, mais caro, já incluía o oníbus de Aguas Calientes até Machu Picchu (recomendo utilizá-lo para que as energias sejam gastas somente em Machu Picchu), retorno pra Cusco de Trem e Van Executiva (falarei mais tarde dessa parte), jantar "mais chique" em águas calientes, ticket de entrada para Machu Picchu e autorização e ticket de entrada para subida em Huayna Picchu, além de toda a logística, transporte e alimentação durante os 4 dias de caminhada.

A primeira pergunta é: o que levar? para todos os dias existe um local abrigado para dormir, portanto não foi necessária a barraca, também não levamos saco de dormir e conseguimos alugar lá (não despachamos bagagem do brasil, portanto volume era algo importante). Eu indico levar, pequenas guloseimas, ricas em proteína, carboidratos, fibras e potássio, um pequeno kit primeiro socorros, meia, uma ou duas mudas de roupa e uma muda de roupa para o frio, além de agua. foi o que levamos, a maioria das empresas permite que você "despache" uma mochila de até 5kg na tropa de burros que vai junto, no nosso caso despachamos apenas os sacos de dormir e fizemos toda a trilha com uma mochila de ataque com jaqueta de frio, uma muda de roupa, corta vento, pequenas comidas e água. foi suficiente.

Existem também varios tipos de trilha dentro da salkantay, de 4,5 e 7 dias, determinando o tempo em cada local e alguns atalhos de van. Nós optamos por fazer o clássico de 5 dias. (4 dias de trilha + dia em machu picchu).

A jornada começa na cidade de Cusco, muito cedo pois existe uma pequena viagem de van. que nos deixa na cidade de Mollepata, início da trilha.

Os guias, geralmente formam grupos de 10-15 pessoas e vão nos levando. O primeiro dia de trilha é bem tranquilo, inicia com uma grande subida, de cerca de 1h, e depois planifica, andando por um antigo canal de águas, onde se ganha velocidade. Durante o caminho encontra-se um pouco de Muño, a menta deles, que é muito boa de esfregar nas mãos e cheirá-la, dando um ganho de energia.
Nesse dia saímos de aproximadamente 2900m de altitude e chegamos no acampamento, no início do grande objetivo, a Lagoa Humantay, a 3850m de altitude.

Ao chegar no camping, aos pés da lagoa, somos alojados em pequenas casinhas de madeira onde dormimos em dupla. Existe até banheiro bem estruturado, porém, onde ficamos, não tinha chuveiro. Recebemos o almoço e fomos liberados para iniciarmos a caminhada até a lagoa Humantay, é uma caminhada de cerca de 1h, porém bem desgastante, visto que a subida inicial é bem forte e já sofremos um bocado de altitude, porém ao chegar na Lagoa todo o esforço é recompensado bela belíssima paisagem. Essa Lagoa fica a 4270m de altitude.

Chegada a área de acampamentos próximo a Humantay.
Subida até a Lagoa Humantay.

Panorâmica da Lagoa.

Mais uma foto da lagoa, pegando a diferente coloração.

Sentimento da viagem estar paga logo no primeiro dia.

Nossa melhor foto, feita do alto das pedras.

Vocês podem estar vendo as fotos e falando: "Ué cadê aquela lagoa sensacional que aparece no instagram??" É essa daí, a diferença é que não somos muito bons pra tirar foto e preferimos curtir o momento do que ficar caçando uma foto perfeita, mas acredite a cor, o ambiente e a lagoa são sensacionais.
Descemos de volta e retornamos ao acampamento, sugiro nessa noite se alimentar muito bem, estar bem arrumado e descansar muito, o segundo dia é o dia mais pesado da trilha.
No segundo dia, o objetivo é, ao meio dia chegar no Salkantay Pass, uma passagem entre os gigantes de gelo, essa passagem está ha 4600m de altitude aproximadamente e a subida até lá é extremamente desgastante, uma subida interminável pela montanha, fazendo um zigue-zague, com a tropa de burros passando ao seu lado e tudo mais. Quando você achar que está terminando, sempre tem um pouco mais de subida, mas o que é possível vencer (nesse ponto existe a opção de subir de burro, não sei o preço pois essa opção nem passou por nossa mente). Como disse um senhor, amigo nosso durante a trilha, do alto de sua sabedoria de trekker "nosotros tenemos cojones !!!".
Ao chegar na passagem, o clima já muda drasticamente e recomendo o uso de jaqueta ou corta vento, luvas e gorro. Pegamos um tempo bem fechado, tendo pouco tempo para apreciar a vista e escutamos inclusive, o rugido dos deuses, com algumas avalanches da reunião. Normalmente, os guias farão um brinde a Pachamama e nos darão um tempo para fotos.

Mais um objetivo conquistado e com muito fôlego.


Nosso grupo internacional e nosso guia Ronald.


A partir de Salkantay Pass começa uma descida vertiginosa, passando por muitas pedras soltas, até uma base, onde é servido o almoço (e onde começamos a pegar um pouco de chuva).

Nessa parada, eu comi uma sopa para o almoço que na hora já não me fez bem. Fiquei branco e com muita ânsia, fui para trás de uma pedra e vomitei o almoço, resolvendo o problema, mais tarde isso se mostrou sábio, pois o Ricardo também teve problemas, no nosso acampamento.
Nesse dia dormimos em pequenos apartamentos, rola um convívio social muito legal (a parte "mais treta" já passou) e temos a oportunidade de comprar salgados, coca (quente, por algum motivo eles gostam de refrigerante quente) e tomar um banho (gelado que só a porra, mas que faz muito bem). Por estarmos em quartos, pequenos mas simples, conseguimos um bom sono.

A caminhada do terceiro dia é curta e reta, com algumas subidas em meio a selva, passamos por uma cachoeira e tivemos contato com outros grupos. Nesse dia rolou até um bate-bola internacional em uma das paradas:

Toca pro pai que o gol sai !

Uma das cachoeiras que passamos (estamos molhado pois choveu absurdo esse dia).

Vista do nosso caminho.

Rio e caminhantes ao lado dele.

Em alguns pontos atravessamos e voltamos por esse rio.

O terceiro dia termina rápido, pegamos uma Van e vamos para a cidade de Santa Teresa, já há 1650m de altitude. Aqui vamos dormir num pequeno espaço com barracas e que de noite nos serve alguns drinks. A melhor parte é que podemos pagar uma taxa extra de 20 soles e usufruir das piscinas termais, depois de 3 dias andando é ótimo tomar um banho quente e relaxar nas águas.

Aquela relaxada merecida nas águas termais.

O ideal é descansar e muito, e se abastecer de muita água. O quarto dia vai de Santa Tereza, até a região da hidrelétrica e depois até Aguas Calientes (Ciudad del Machu Picchu). O grupo se separa aqui pois as pessoas que optaram por 3 dias, pegam uma van direto para hidrelétrica e de lá vão de trem para Aguas Calientes. O nosso caminho, é lógico, foi a pé.
Por mais que o caminho seja reto, é um caminho extremamente longo e vários quilômetros por estrada de terra e nesse dia fez um sol absurdo, que nos deixou ainda mais cansados.
Chegamos até a região da Hidrelétrica onde almoçamos num restaurantezinho, passamos por um posto de controle e a parte da tarde é uma caminhada muito bonita pela linha do trem, até a simpática cidade de Aguas Calientes.
É importante ressaltar que só se chega a pé ou de trem até Aguas Calientes.
Chegando lá, muito suados e desgastados, recebemos um período livre no hotel (aqui outro diferencial de termos pago mais caro, muitas pessoas ficaram num hostel, já nós fomos hospedados em um hotel muito confortável, uma boa recompensa depois de mais de 90km andando).
A cidade é totalmente turística, portanto tem uma opção culinária extensa, várias lojas de souvenires e uma feira de presentes muito grande, recomendo levar uma lembrança de salkantay (eu tive que comprar uma camiseta da trilha, pois no futebol do dia anterior, inventei de dar um carrinho, sujando minha roupa inteira de barro. Tive que usar minha roupa de muda no último dia de caminhada e ficou encharcada de suor, me obrigando a comprar uma camiseta limpa pra subir até Machu Picchu).
Jantamos num restaurante muito bom, confraternizamos com nossos colegas de trilha e recebemos instruções para o dia seguinte.

Pela cidade de Aguas Calientes existem várias estátuas, dos imperadores Incas, onde podemos acompanhar a história da civilização.

Como optamos (pagamos 11 dólares pelo ônibus que leva até a cidade sagrada de Machu Picchu) pela subida de ônibus, é possível subir a pé por uma gigantesca escadaria, a qual não recomendo, recebemos o voucher e o horário correto, recomendo tomar um bom café da manhã e não se atrasar.

Ao chegar na entrada de Machu Picchu, encontramos com nosso guia Ronald, apresentamos os documentos e entrada de Machu Picchu. Ele nos deu algumas explicações culturais e da arquitetura e nos deixou livre para passarmos o dia lá.

Fizemos uma volta completa e nos dirigimos até a entrada de Wayna Picchu.

Nós com nosso guia Ronald (o desafio aqui é tirar a foto sem nenhum intruso).

Uma foto mais limpa das ruínas com Wayna Picchu ao fundo.

Panorâmica no nível baixo de MP.

A subida de Wayna Picchu é cobrada e tem horário, existindo uma capacidade limitada.
Basicamente uma subida, bem cansativa, por degraus de pedra (bem irregulares e sem nenhuma proteção) até a "Montanha Jovem", que nos deu outra visão de Machu Picchu.


Parte da subida.

Vista de cima, com MP abaixo.

Contemplando a cidade sagrada e pagando de blogueirineo.


Panorâmica com a montanha de Machu Picchu, a cidade sagrada e região.

Cumprido esse nosso último objetivo, saímos de Wayna Picchu e Machu Picchu, dessa vez voltando para Aguas Calientes pela escada, é uma decida que te lembra cada dor no joelho do caminho.
Dessa vez voltaríamos por um trem muito chique, da Inka Rail (mais uma coisa que adicionou custo), porém, além de ser luxuoso, com WiFi e snacks, possui um vagão totalmente panorâmico, onde podíamos apreciar a bela vista da região, com montes nevados e rios.




Esse trem nos deixa na cidade de Ollantaytambo, onde já possui uma van nos esperando, que nos deixará em Cusco, terminando essa excelente viagem !!!

Obrigado aos meus amigos que tornaram ainda mais especial esse caminho, a superação do trekking se torna muito melhor ao lado dos camaradas !!!

Deixo aqui algumas informações úteis:

- Contato do Marcelo (Brasil de Mochila): https://www.brasildemochila.com e (67) 9971-0305
TrackLog do Wikiloc: Salkantay Trekking (ele se perdeu bonito em uma parte e registrou uma linha reta);

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