Chapada dos Veadeiros - Cavalcante

Nossa primeira parada foi na cidade mais distante de quem vem de São Paulo, Cavalcante.

Depois de muitas horas dentro do carro e muito asfalto percorrido chegamos nessa pacata cidade. Aqui a infraestrutura é bem pequena, apenas 1 posto de gasolina, poucos bancos e um tímido comércio local.

Existem pousadinhas e campings pela cidade e nos alojamos em um desse, por coincidência de um casal paulista que foi morar lá e vivem em meio a natureza.

Sempre fizemos a nossa refeição noturna pela cidade, mas as opções são poucas: pizzaria, pastel, hot dog ou um pequeno barzinho com restaurante, aproveitavamos a quietude para passar as noites na praça admirando a calmaria ou no camping com o pessoal.

Durante o dia o comércio é mais abrangente e tomamos café da manhã numa pequena lanchonete de produtos orgânicos e deliciosos, que saía muito em conta, além de um ótimo papo e um fato interessante que o pessoal comprava fumo orgânico que o proprietário cultivava.

A última dica de alimentação é utilizar o supermercado para comprar frutas e lanches rápidos para as trilhas, além de repositores energéticos, guloseimas e água, muita água. Não se esqueça de levar também protetor solar.

Logo na entrada da cidade vocês verão a Casa do Turista, e lá que é a porta de entrada para as trilhas da região, por um lado você terá de pagar os guias, mas por outro, e se o guia for bom, é uma ótima oportunidade de conhecer a cultura local. Logo de manhã nos designaram um guia que por sorte era morador do local, o carismático Candinho, e sua humildade, conhecimento e alegria fizeram toda a diferença em nossa viagem!

No primeiro dia fomos logo na atração mais comentada e conhecida. A famigerada Cachoeira de Santa Barbára.

Passeio Povoado Kalunga - Cachoeira de Santa Barbára e Cachoeira do Candaru

Valor do Guia: R$90 para o grupo

O Povoado do Engenho II, principal povoado do povo Kalunga, fica situado a 27km da cidade de Cavalcante, por estrada asfaltada, chegando lá existe um pequeno centrinho onde se realiza um check-in com o guia. Além disso paga-se uma pequena taxa (acho que R$25,00) pelo "uso" do local. Além disso, pode ser feita reserva em um restaurante local para o almoço que serve comida tradicional, arroz, mandioca, galinha caipira, tudo muito gosto. Preço único de R$35,00 por pessoa à vontade.
Feito isso partimos para a primeira Cachoeira, escolhemos a Cachoeira de Santa Barbára pois em nossa pesquisa o horário de 10h00 a 12h00 era o melhor horário com reflexo na água e que deixava a cor da mesma mais azul ainda. Para isso pegamos uma caminhonete (R$10 ida e volta) que nos deixou no início da trilha. Após isso anda-se por volta de uns 4km, no ínicio no Sol escaldante do cerrado, mas depois pela vegetação, logo de cara já avistamos a Cachoeira de Barbarinha, que já impressiona pelo azul da água, mas adentrando um pouco mais pudemos avistar a Cachoeira de Santa Barbára, que é mais linda ainda pessoalmente.



Retornamos da cachoeira e pelo povoado mesmo decidimos fazer mais uma trilha para outra cachoeira que fica dentro do povoado, A Cachoeira do Candaru . Essa trilha passa por algumas plantações dos Kalunga e nosso guia foi explicando como tudo era feito. A trilha da ida é uma maravilha, 3km de pura descida. Essa cachoeira é maior e com um poço maior para nado e relaxar também, aproveitei que os pés começavam a dar sinal de dores, entrei na água gelada e fiquei boiando e relaxando por bons minutos, apreciando o local. A volta dessa trilha é cruel, só subida e bem íngreme, mas no final fomos recompensados com um delicioso almoço típico da região.



Após o almoço visitamos uma pequena lojinha local e compramos alguns polvilhos caseiros e umas cachaças caseiras que são fortes pra caramba, além de ter tomado um chá de raiz local que deu uma infusão de energia, mas é amargo para caramba. Encerramos o dia na praça da cidade com uma cerveja gelada, um pastel, ouvindo reggae e vendo a população local. Abaixo a foto de nosso excelente guia, Candinho:



Passeio Ponte de Pedra

Valor do Guia: R$150 o grupo

Nosso segundo dia em Cavalcante decidimos fazer uma das trilhas mais longas da região, a Ponte de Pedra. Decidimos fazer a trilha novamente com o Candinho, nos encontramos na Casa do Turista e de lá temos que ir até uma Pousada na cidade, onde o Guia irá cadastrar a gente num livro. Isso serve para controle de entrada e quem volta da trilha e por ser propriedade privada. Descobrimos lá que seríamos os únicos a fazê-la esse dia.
Fomos de carro até uma pequena fazenda, onde deixamos ele e fomos recebidos por um senhor e vários cachorros, a primeira parte da trilha (cerca de 3km) pode ser feita de 4x4, mas como não temos esse tipo de carro e preferimos uma boa caminhada seguimos nosso caminho.
A primeira parte é feita numa área de floresta, portanto sem Sol na cabeça e o terreno um pouco mais fácil de caminhar, com um pouco de aclive.
A segunda parte passa para um terreno mais montanhoso, sem cobertura e bem íngreme, andamos por mais 4km e a partir dai pudemos ter uma vista mais alta da região que é maravilhosa.
A subida é bem desgastante, até chegarmos a um local plano, com um grande poço (que na verdade desbica em uma cachoeira). A água aqui é geladíssima e ficamos repousando um tempo aqui após a subida até o topo.
Após chegar nesse local, para chegarmos até o cume da Ponte de pedra é necessária uma pequena escalaminhada e pode ter certeza que a recompensa aqui é muito grande !!! Segundo pontos mais alto da Chapada !!!
Descemos e ficamos na parte plana, relaxamos na água, comemos alguns lanches, maçã e nos reidratamos (eu sou meio desencanado e como tinhamos consumido toda água potável no caminho de ida, enchi o cantil na água do poço mesmo, como vaso ruim não quebra, não tive problema algum).
O caminho de volta é igualmente complicado, pois como o terreno não é estável algumas partes da descida torna-se perigosa e o cansaço torna ainda mais complicado.
Mais uma vez o Candinho se mostrou um excelente guia, nos dando várias dicas e ensinamentos sobre a flora e fauna da região, o que engrandeceu ainda mais essa visita.

Poço e o Cume ao fundo que é necessário uma pequena escaladinha

O motivo do nome Ponte de Pedra

Vista do Topo da Ponte de Pedra

Cachoeira no Vão criado pela Ponte de Pedra (a vertigem pra tirar essa foto é insana, e o Klaus com medo ficou me segurando por causa dos fortes ventos)

Mais uma foto do topo, depois do grande desafio


Voltamos da trilha, tomamos um banho e tivemos que ativar o companheiro de todo andarilho, cataflam, pois as pernas estavam doendo mas a alma estava satisfeita. Pernoitamos em Cavalcante e no dia seguinte partimos para a próxima cidade, que irei contar mais no próximo post !!!






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