Travessia da Serra Negra - Itatiaia PNI

Temporada de montanha no Brasil e a viagem ao Peru se aproximando, sentíamos necessidade de um último teste, primeiro para ajustar equipamentos, físico, psicológico e tudo mais, segundo para ver se nós aguentávamos um ao outro mesmo.

Pesquisa vai, pesquisa vem, me remeto sempre ao Parque Nacional de Itatiaia, por considerar uma das regiões mais belas do Sudeste e pela boa infraestrutura do parque. Dificil está ficando achar o que não fizemos ainda.
Porém, primeira etapa cumprida, decidimos realizar a Travessia da Serra Negra, em um final de semana, poderíamos ficar em alojamento (ficamos num chalé chamado Cabanas do Aiuruoca, uma construção rústica de madeira, contato para reserva - +55 (35) 9158-2194‬ ).

Uma parte de atenção foi o transporte, fomos de carro até a parte alta. Com o próprio Gesuel, das cabanas, nos indicou uma pessoa que conseguiria deixar nosso carro na região da Vila da Maromba, onde termina a travessia.
Portanto, começamos nossa trilha já um pouco tarde e aqui abro um parênteses, caso você durma nas Cabanas como nós, não há problema em iniciar um pouco mais tarde, porém se tomarem a decisão de repousar na Pousada da Dona Sônia recomendo que comecem mais cedo, pois tem uma hora a mais de caminhada para chegar até lá e corre o risco de terminar na escuridão.

Enfim, o começo da trilha é pela tradicional Estrada das Flores até o Abrigo Rebouças, onde pode-se utilizar o banheiro e abastecer a água. O trajeto a partir daqui vai em sentido o Pico das Agulhas Negras.

Tradicional foto da ponte.

Seguindo por esse caminho vamos margeando a pedra do altar, que nos dá uma vista muito bonita, como começamos tarde, acabamos pegando todo o Sol na cabeça e decidimos esticar até a Cachoeira do Aiuruoca pra refrescar e tomar água.
Aqui existe um pequeno ponto de atenção, através da Cabeceira do Aiuruoca tem um ponto de passagem pelo mato alto, por onde continua a trilha, e foi por ali que embarcamos, seguindo por essa parte do parque pela primeira vez.

Avistamos de longe uma cachoeira, que desconheço qual seja, mas é muito bonita:


Aqui a caminhada segue forte e em pouco tempo entramos numa região de mata, mais fechadinha e alguns bambuzais, tudo sem muita dificuldade e demarcado, passamos por uma fonte de água que não recomendo, pois a região tem trânsito de gados, em dado momento, chegamos num local mais parecido com um pasto e meio encharcado, onde é possível avistar um casebre de lata, que deve ser algum ponto de parada para os fazendeiros da região.
Aqui a trilha se perde um pouco e confiamos no GPS, ao lado do casebre há um pequeno riacho, que conseguimos descer e cruzar e a trilha contínua por ai, passando agora por uma região mais desmatada e com alguns pastos e casebres pelo caminho. No final desse percurso, já bem cansados, chegamos as Cabanas do Aiuruoca, onde o Gesuel estava nos aguardando.


O casebre é bem rústico, conta com alguns "quartos" onde pode-se dormir no chão, ele deixou alguns colchonetes e mantas que ajudaram a proteger junto com nossos sacos de dormir, a noite a temperatura cai bastante. Conta também com uma pia e fogão a lenha e um pequeno banheiro. No "quintal"da casa passa um rio com uma corredeira muito bonita.
Após nosso banquete no fogão a lenha ficamos um bom tempo rindo dos perrengues, conversando e observando as estrelas do lado de fora.





Na manhã tomamos um desjejum rápido e seguimos nossa caminhada, a trilha passa por alguns pontos de passagem de gado, desmatamento e muita umidade, tudo em meio a mata fechada, até se chegar numa pequena vila (acredito que chama-se Vila da Serra Negra) onde fica a pousada da Dona Sônia, aqui nos desorientamos um pouco e precisamos pedir orientação até encontrar umas placas que mostram por onde continuar, morro acima.

E é aqui que a brincadeira fica pesada, esse morro acima é exatamente isso, uma subida sem parar, que levamos um bom tempo para vencer, devido ao cansaço, peso e a inclinação, descobri depois que essa subida foi apelidada de "Morro do Deus me Livre" e faz jus ao nome, existe uma saída para a Pedra Preta, mas como o horário estava apertado e não tínhamos muita informação, resolvemos não fazer. 

São 500m de subida, diluídos em 3km, ao chegar na parte alta, é uma grande planície, onde encontramos alguns fazendeiros e o terrenos está bem marcado por trilha de moto, a partir desse ponto é uma reta e descida contínua, porém como o caminho está muito acidentado, tem que se tomar cuidado com a descida para não se machucar.

Caminho interminável e que dá outra visão da belíssima Serra Negra.

O ponto final é uma área de asfalto e a Vila de Maromba, ali pode-se ir até a Cachoeira de Santa Clara, porém o tempo tinha fechado muito e estava ameaçando chover, pegamos o carro no ponto combinado e fomos até a Cachoeira do Escorrega para as últimas fotos e partir para São Paulo.

Cachoeira do Escorrega na Vila de Maromba.

Finalizando a Travessia e "Partiu Salkantay".

A travessia foi uma das mais belas que já fiz, desafiadora e recompensadora, lembrando que para travessias no PNI é necessário agendamento e autorização prévios, recomendo roupas normais para travessia, agasalho para noite e comida e lanche, além de água suficiente.

Tracklog no WikiLoc: Travessia de Serra Negra - PNI

Distância Total: 33,29Km



Comments

Popular posts from this blog

Chapada dos Guimarães - Travessia do Morro de São Jerônimo + Morraria + Circuito das Cachoeiras

Circuito das Cavernas - Chapada dos Guimarães